6.
- Isabel, tens um vestido vermelho que me emprestes?
- Acho que tenho, amanhã trago para tu experimentares, ok?
- Ok, obrigada, é que eu não tenho nenhum e preciso de um para a minha personagem do teatro.
- Pois é, e eu preciso de umas collants e uns sapatos vermelhos e ninguém tem.
- Eu posso ver o que tenho para lá.
- Obrigado.
Entre trabalhos, passeios, conversas, aulas, brincadeiras e estudos, já o primeiro período estava quase no fim, só faltava a festa de natal que tinha sido organizada pela escola, onde todas as turmas vão participar.
*****
Era o dia da Festa de Natal.
Para grande azar da Maria, um dos professores ajudantes era o de Matemática; ao professor José tinha sido entregue o papel de orientar os alunos nas entradas e saídas de palco.
A Maria estava muito nervosa e quando descobriu que o professor estava do lado onde ia fazer as suas entradas, ainda ficou mais. Ela passou a actuação toda ao lado do professor, quando acabou a actuação, estava farta daquele olhar e a sentir-se um bocado mal disposta, alguns colegas até chegaram a perguntar se estava bem, enquanto respondia que era dos nervos pensava que tinha que esclarecer aquela situação.
*****
- Ó Isabel… - disse Maria com desanimo.
- O que se passa?
- Eu tenho que resolver isto.
- Resolver o quê?
- Isto do prof.
- Ó Maria, isso não é nada…
- Pois, o Miguel disse o mesmo.
- Então não te preocupes.
- Pois, não vale a pena. Por falar nele… - disse Maria mudando de assunto – ouvi dizer que andas a sair com o Miguel…
- E se andar? O que é que tem? Não somos amigos? – questionou Isabel.
- Ei, eu não insinuei nada. Só gostava de saber se é verdade. – esclareceu a Maria.
- Sim, eu ando a sair com o Miguel, mas somos só amigos.
- Eu não disse que não eram, mas…? – Maria nem teve tempo de acabar.
- Foi ele que me convidou primeiro, mas eu gostei de sair com ele e depois convidei-o eu. E tem sido assim ora convido eu ora convida ele.
- Muito bem. Mas são só amigos. – brincou Maria.
- Ó Maria, não comeces.
- Pronto, já não digo mais nada.
- Acho bem.
*****
- Férias, finalmente… - desabafou o Hugo.
- Preferia que não fossem. – comentou a Raquel.
- Então porquê? – quis saber o Hugo.
- A mãe vai matar-me quando vir as notas.
- Ó Raquel, de certeza que não são assim tão más e tens mais dois períodos para recuperar. – optimizou a Maria.
- É Raquel, a Maria tem razão. – reforçou o Hugo.
Estavam os três sozinhos em casa na noite do ultimo dia de aulas antes do Natal, os pais tinham ido jantar fora e não sabiam a que horas voltavam, tinham deixado jantar preparado para eles e eles estavam a descontrair e a aproveitar a liberdade que lhes tinha sido concedida.
- Ah, é verdade, muitos parabéns Maria! – felicitou a Raquel.
- Parabéns? Porquê?
- Pela bela representação que fizeste hoje, lá na festa.
- Ah, isso, obrigado Raquel. – agradeceu Maria ficando muito vermelha – Tu também estiveste bem.
- O que foi Maria? Ficaste tão vermelha de repente. – reparou o Hugo.
- Não é nada, é só que me lembrei de uma coisa que se passou nos “bastidores”. – esclareceu Maria lembrando-se do professor – E não, não vou contar o que foi.
- Ok. – conformou-se Hugo, não conseguindo esconder a curiosidade no seu olhar.
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