4.
- Que me dizes de irmos dar uma
volta depois das aulas? – perguntou Maria a Isabel.
- Pode ser. – concordou Isabel.
- Ainda bem, é que estou mesmo a
precisar de falar. – afirmou Maria.
- Bem me queria parecer que sim.
- Meninas, chega de conversa. – repreendeu
a professora de História.
- Desculpe professora. – disseram em
coro.
*****
- Que foi Maria, o que é que se
passa nessa tua cabecinha? – perguntou Isabel.
Assim que saíram das aulas Isabel e
Maria tinham ido dar uma volta até à praia.
- Há uma coisa que me está a
preocupar. – começou Maria.
- O que é então?
- Tu não achas que o prof de
matemática me olha de uma maneira estranha. – confessou.
- Nunca reparei nisso, mas acho que
não, porquê? – espantou-se Isabel com a pergunta.
- É que eu acho que sim e …
- Ó Maria, isso é só impressão tua e
se calhar olha-te de maneira diferente porque é nova na turma.
- Pois, se calhar é isso…
- Não te preocupes com isso…,
mudando de assunto… como vai isso de amores?
- Nada de especial… E tu?
- Também nada… mas aquele rapaz novo
que está na outra turma do 9º ano é uma brasa. – observou Isabel.
- Podes crer que sim. – concordou Maria
soltando um risinho agudo.
E lá foram caminhando pela praia falando
de tanta coisa e tão distraídas que, chocaram contra um rapaz que ia na direção
contrária.
- Desculpa. – apreçou-se a dizer
Maria.
- Não, desculpem eu. Ia tão distraído
que nem vos vi. – desculpou-se o rapaz.
- Ó e nós íamos tão entretidas a
conversar que também não te vimos. – explicou Isabel.
- Deixem lá, já passou. Eu sou o
Miguel. – apresentou-se ele.
- Eu sou a Maria.
- Isabel.
Dai começaram a falar e a
conhecer-se melhor.
- Bom, já que a conversa está tão boa,
não querem ir beber um sumo ou assim? – convidou Miguel – Pago eu.
- Parece-me uma boa ideia. – disse Isabel
olhando para a Maria.
- Então bora. – incentivou Maria.
E lá foram, estiveram o resto da
tarde a falar e a brincar e, afinal, ficaram grandes amigos.
*****
- Então filha onde estiveste? Perguntou
Roberto.
- Desculpa não ter avisado que vinha
mais tarde, só que fiquei sem bateria no telemóvel. – respondeu Maria
desculpando-se.
- Ok, mas onde estiveste? – insistiu
o pai.
- Fui dar uma volta com a Isabel
depois das aulas. – explicou.
- Muito bem, desta vez passa. –
informou o pai.
- Obrigado, pai. – disse Maria deslocando-se
para o seu quarto.
Maria tinha o abito de escrever um
diário e assim que entrou no quarto sentou-se à secretária e escreveu tudo o
que se tinha passado nessa tarde.
Enquanto estava a escrever o Hugo
entrou.
- Olá, maninha.
Maria deu um salto na cadeira.
- Bolas Hugo, assustaste-me.
- Desculpa, não era minha intensão.
- Deixa lá, eu é que estava tão
entretida a escrever que não dei por tu entrares.
- Estás a escrever no diário, não?
- Como é que sabes?
- Eu sei tudo o que quero, mas não o
li, não te preocupes.
- Muito esperto me saíste tu.
- Mas para estares a escrever é
porque se passou alguma coisa hoje à tarde.
- Sim passou. E?
- E? E nada é só que eu sou curioso,
sabes?
- Pois, mas daqui não levas nada. –
disse Maria fazendo-se de forte.
- Nem uma coisinha que seja? –
implorou Hugo.
- Estava no gozo. Não aconteceu nada
de especial, só conhecemos um rapaz lá na praia.
- Só? Até parece que eu não sei como
vocês raparigas são, e para tu estares a escrever… ui, ui.
- Deixa de ser parvo. Ficámos só
amigos, mais nada e alem disso eu não estava sozinha.
- Pronto desculpa…
- Meninos, venham jantar. – ouviu-se
a voz da Paula ao fundo da escada.
- Vamos?
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